quinta-feira, 17 de outubro de 2019

43-CICUTA

43-CICUTA

A permuta que espero
Não é bolero
De dourado faisão pelo ar
Ou funk estanque
Para tanque desarmar
O folk nem chega a aloirar

O Sol que nasce
Em teus olhos vitrais
Quer queimar paz
Jogo e fogo fugaz
És sempre mais
Para o meu mundo corar

E desaguar
No hangar do teu Céu
Cheio de mel
Teu regaço é quartel
Enlaço a Lua
Feito cortês menestrel 

Agora é tua
A poesia do réu
Peão é rei
Eu  já esqueci
De te esquecer
Fascínio faz ancorar

E aquecer
Qualquer paixão contumaz
De enlouquecer
Ateu, cristão, Barrabás
E fenecer a fé
Em pé de guerra

Estremece a Terra
O teu requebrar
Difícil decifrar
Se este sorriso
É chamado ou aviso
Só sei que preciso

Para melhor me encontrar
E poder sonhar
Sem inciso
Friso
Acanhar é automático
Paralisar pneumático

É o meu calcanhar
Poetizar é veneno
A ácida cicuta do poeta
Que escuta
O que afeta
Com o peito a sangrar

Ateu Poeta
20/10/2017

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