2-PELE PRETA
O que eu faço não me define
Nem me reprime o não fazer
O apreço não tem preço
Nem pressa
Tudo o que não se vende tem valor
O capital deprecia
Com sua torta e porca teimosia
De escravizar
O homem não pode ser livre
Se tem que avisar
Doar sangue
No mangue
Na corrente
Do dissabor
Ardente
Açoite
Que ultrapassa o lombo
À noite
Combo
Trapaça
No paço passa
Tiroteio na praça
Rasteira
Armada
Arapuca na jogada
E na pele preta
A escopeta come
A morte é passaporte
Que deporta
Sem nome
Se a jiripoca piar
Na cassorotiba
A porrada assola
A pomba gira
A cobra fuma
O fumo leva
Cai o a do índio
A tribo tira tora
Porque o peixe
Já não mora
Como o falso quilombola
Sempre desmata
Cascata
Não é mula a mulata
E a muamba da lata
Não é da Lapa
É da nata
Da cocada branca
Aí na geladeira
Ladeira
Que despencou inteira
De dentro do helicóptero astral
O autor não é infrator
Nem autoral
Atual
Atuado
Tatuado com ferro e fogo
O quilombo não sangra
Por acaso
Mordaça do atraso
No caso
Ocaso
Seio
Receio
Rodeio
Centeio
Sexta
Sesta
Meia
Cesta
Ceia
Cheia
Vermelha
Centelha
Na sé
Cega fé
A profanar o laicismo
Faz nova Constituição
Crime-catecismo
Catatônico
É irônico
Como nunca pararão
De nos roubar
E difamar
Se pudessem
Jogariam
O nosso corpo
Ao mar
Na orla
De Fortaleza
Sem nobreza
Com cimento nos pés
64 ditaduras
Tão duras
Torturas
A calar coronéis
Quem vê não viu
O vil voltar
O cidadão civil
Só sabe apanhar
Nas redes
Nas ruas
Nas escolas sem partido
País partido
Alunos cheiram cola
Agora morrerão no sinal
Sem rima legal
Para consolar a sina
A consoante sem lisura nada ensina
Estrutura que começa a pesar
É com grande pesar
Que no penar não se voa
A pena
Apenas
Assina a pena
Que pena!
Pequena
Não é a dor
Ator
Em Diadema
Saquarema
A sacudir
Até o porto partir
Parto
O parto do pato
Propaga
Quanto imposto
Imposto se paga?
A praga
Da ignorância
Corrompe
Qualquer tolerância
No confronto inevitável
Tudo já está instável
Só falta a explosão
Como paga
As cotas
Serão o próximo alvo
Só será salvo
Quem delas não precisar
Não adianta
Pedir para Ishtar
Iansã, Atenas, Ossanha
Toda manha está no Congresso
O que é de gesso
Já está pelo avesso
Congelado até o talo
No estalo do tálamo
Otelo, o Grande
Onde está Macunaíma?
São deles as balas
Nosso peito é um ímã
Porque o dinheiro
Vale mais que o irmão
A marmelada já não é de goiaba
Mas de pizza
E a pisa do César
Não é Monalisa
Salutar a pensar
Na Torre de Pizza
Ateu Poeta
10/01/2017
Com cimento nos pés
64 ditaduras
Tão duras
Torturas
A calar coronéis
Quem vê não viu
O vil voltar
O cidadão civil
Só sabe apanhar
Nas redes
Nas ruas
Nas escolas sem partido
País partido
Alunos cheiram cola
Agora morrerão no sinal
Sem rima legal
Para consolar a sina
A consoante sem lisura nada ensina
Estrutura que começa a pesar
É com grande pesar
Que no penar não se voa
A pena
Apenas
Assina a pena
Que pena!
Pequena
Não é a dor
Ator
Em Diadema
Saquarema
A sacudir
Até o porto partir
Parto
O parto do pato
Propaga
Quanto imposto
Imposto se paga?
A praga
Da ignorância
Corrompe
Qualquer tolerância
No confronto inevitável
Tudo já está instável
Só falta a explosão
Como paga
As cotas
Serão o próximo alvo
Só será salvo
Quem delas não precisar
Não adianta
Pedir para Ishtar
Iansã, Atenas, Ossanha
Toda manha está no Congresso
O que é de gesso
Já está pelo avesso
Congelado até o talo
No estalo do tálamo
Otelo, o Grande
Onde está Macunaíma?
São deles as balas
Nosso peito é um ímã
Porque o dinheiro
Vale mais que o irmão
A marmelada já não é de goiaba
Mas de pizza
E a pisa do César
Não é Monalisa
Salutar a pensar
Na Torre de Pizza
Ateu Poeta
10/01/2017
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